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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Pela manhã tudo ficou azul
pela tarde já era um cinza,
à noite era breu, tu eu, azul e cinza.

Vestido rodado, rodado, rodado...
seria um pano de mesa?
Não sei a resposta certa
e quem é que sabe ?

É maldade abandonar seu bosque
sem antes não haver sequer me perdido,
sem ter dado tudo de mim
sem ter tido tudo de ti.

Na estrada não há mais nada, nada.
Tudo está além do meu alcance,
todos os seus nuances, e todas as
suas risadas.

Preciso parar, parar com isso
deixar a poesia de lado,
deixar de querer andar de nuvem e
de gostar do que eu gosto.

Mas a chuva canta a mesma música,
e cada pingo tem o mesmo som
quando bate no telhado, quanto bate em mim,
quando bate nas pedras, quando bate em nós.

Como fazer para abandonar
um pouco de si mesmo ?
O que fazer para parar o tempo ?

Eu vi oito décadas numa foto
3 x 4, eu vi, sem que elas tivessem
passado por mim, nem eu por elas.

Eu vi um sorriso no lugar do choro
na hora de ir embora.
Eu fui, mas sinto que fiquei,
e também trouxe ...

O passado é um barco que navega
por todo o oceano e de vez em quando
aporta no cais da nossa memória, trazendo
consigo as mais belas paisagens; gaivotas
dançando no céu, a água nos fazendo um
convite, mas ás vezes, traz dias de tempestade
tristeza e solidão.

Hoje eu descobri que não existem segredos
e tudo me veio assim, azul e cinza, azul e cinza...

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