domingo, 20 de janeiro de 2013
Andei
me recordando dos amores que não conquistei por pura inanição da minha parte.
Por falta de coragem. Pelo medo de um “não”. É, O chamado
amor platônico dói. Dói antes de irmos dormir, quando acordamos durante a noite,
e até de manhãzinha. Dói quando vemos a pessoa passeando nas ruas com outras
pessoas. Dói quando vamos comprar pão à tarde e alguém semelhante à pessoa nos
engana. Dói quando abrimos o portão de casa para olhar a rua, com uma esperança
displicente de quem sabe a pessoa pudesse estar ali, prestes a te chamar para
lhe dar um sorriso ou um abraço, mas não está. Dói enquanto fazemos o caminho
de volta para casa e olhamos paras os lados tentando, em vão, avistar a pessoa
e por ela, ser visto. Dói enquanto assistimos a um filme e viajamos na estória
do casal, que poderia ser a nossa, mas não é. O chamado amor platônico machuca
quando queremos mais atenção da pessoa, mas só ganhamos um “oi”, ou uma
educação disfarçada. O amor platônico dói enquanto estamos lendo no sofá da sala
e uma palavra nos remeta à pessoa, ou enquanto ouvimos música no quarto e a
letra nos faz viajar... sozinhos. Dói quando vemos a pessoa se interessando por
outras pessoas que não a gente. O chamado amor platônico dói porque no fundo
sentimos que a pessoa já nos pertence, mesmo sem nos pertencer.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Como escreveu o Mia Couto "fui sabendo de mim por aquilo que eu perdia...". Que haja encontro um dia.
ResponderExcluirQue bom que voltou a escrever, mesmo, Senhor falta de tempo.
Mia é muito bom! Obrigadu, Licinha. Um beijo!!!
ResponderExcluir